"SE AS COISAS SÃO INATINGÍVEIS... ORA! NÃO É MOTIVO PARA NÃO QUERÊ-LAS...
QUE TRISTES OS CAMINHOS, SE NÃO FORA A PRESENÇA DISTANTE DAS ESTRELAS!" (MÁRIO QUINTANA)

* MÚSICA CLÁSSICA- OS GRANDES MÚSICOS DE TODOS OS TEMPOS

Os maiores compositores de todos os tempos: Beethoven, Tchaikovsky, Bach,  Brahms, Mozart, Strauss, Chopin e Rachmaninoff e a história pitoresca da vida de cada um deles:


BEETHOVEN
Ludwig Van Beethoven
Nasceu em Bonn, Alemanha, em 16 de dezembro de 1770.
Morreu em Viena, Áustria, em 26 de março de 1827.

Pouco tempo depois que Beethoven chegou a Viena vindo de Bonn, sua cidade natal, aos 22 anos de idade, ele se transformou no mais importante pianista da capital austríaca, com um dom para ousadas e sublimes improvisações que fazia, por vezes, seus ouvintes soluçarem. Beethoven compôs bastante. Deu lições, principalmente para as filhas da nobreza, muitas das quais o amaram e teriam se casado com ele se parecesse menos com um urso zangado. Isso porque, com todo o charme dos seus cabelos negros e a mágica que seus dedos podiam extrair do teclado, Beethoven era "impossível". Suas maneiras à mesa eram insuportáveis, e a polícia uma vez o confundiu com um vagabundo; ele atirava as coisas quando estava irritado e as deixava cair quando não; gostava de fazer brincadeiras sem graça com os outros- mas não as apreciava quando as faziam com ele: era arrogante, embora sensível; insultava seus protetores e brigava com aqueles que queriam ajudá-lo.
Esse mestre do ritmo, que não conseguia dançar no compasso, simplesmente não estava afinado com o mundo em que vivia. A um de seus amigos ele dava a impressão de ser um homem imensamente talentoso que fora criado numa ilha deserta e que subitamente havia sido jogado na civilização.
Embora os costumes, o conforto e os objetos domésticos significassem pouco ou nada para ele, Beethovem era profundamente sensível à natureza. Um pianista inglês descreveu seus longos passeios nas florestas e como ele se sentava à sombra de uma árvore em particular no parque real de Schönbrunn, rabiscando suas idéias musicais. Foi ao ar livre que a maioria de suas obras-primas dolorosamente nasceram e cresceram lentamente, galho por galho, assim como as árvores embaixo das quais ele se sentava- quase folha por folha, podando-as e reescrevendo-as incessantemente.
E então a natureza, esta natureza na qual Beethoven mergulhava tão profundamente em busca da sua inspiração e força, começou a construir uma parede entre ele e o mundo, separando-o das pessoas com as quais ele ainda não tinha brigado, assim como da sua arte. Por um longo tempo Beethoven não admitiu que estivesse ficando surdo, mas com o passar do tempo ele tinha que se curvar sobre o teclado para ouvir- como um pianista virtuoso deve ouvir- o que ele estava tocando. Demorou muito tempo até que ele tivesse coragem de escrever para os seus amigos mais chegados dizendo que "meus ouvidos rugem e zumbem dia e noite sem cessar".
Num verão ele saiu para o campo muito solitário. Ninguém sabe com quão profundas angústias Beethoven lutou em sua solidão, mas ele escreveu aos seus dois irmãos um testamento no qual dizia: "Despeço-me da amada esperança" e rezava "ó Providência, deixa a felicidade brilhar em mim por um dia inteiro- eu tenho sido um estranho a ela por tanto tempo!". Quando retornou a Viena, Beethoven fez as pazes com o Destino, ou melhor, como uma vez tinha decidido que o faria, tomou o Destino "pela garganta", e nunca mais o deixou escapar. Ele contava 32 anos. Sua única ópera Fidélio, sete de suas sinfonias e cinco grandes quartetos ainda estavam para ser escritos.
Na casa de seu irmão, um empregado o descreveu desta maneira, antes de morrer: "Ele costumava se levantar às 5 e meia e sentar na sua mesa de trabalho, marcando compassos com suas mãos e pés, cantando e murmurando enquanto escrevia. Logo depois do café da manhã, saía rapidamente a passear pelos campos, gritando, gesticulando, andando devagar e depois depressa, subitamente ficando imóvel e escrevendo num tipo de livro de bolso".
Perto do fim, não havia corneta auditiva no mundo que o fizesse ouvir aquilo que ele estava compondo. Aqueles que iam visitá-lo quando ele já estava completamente surdo, viam diante de si um homem atarracado com um rosto grave, torturado e assustadoramente vermelho, com uma plumagem branca na cabeça, sentado diante de uma mesa suja, empilhada com restos de comida, velas derretidas e pequenas moedas, estendendo para os seus visitantes um livro de notas e um lápis de carpinteiro, para que a conversa, metade Beethoven, metade lápis, pudesse começar.

                                                                                                             Autor desconhecido.


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TCHAIKOVSKY
Piotr Jeitch Tchaikovski
Nasceu em Votkinsk, Rússia, em 07 de maio de 1840.
Morreu em São Petersburgo, Rússia, em 06 de novembro de 1893.

Se um compositor cria música melancólica, isto não quer necessariamente dizer que ele estava triste quando a compôs, e vice-versa. Pois a música, nasce geralmente numa certa região da mente do compositor, distante dos acontecimentos de sua vida diária. Toda a carreira de Tchaikovsky foi marcada por profundos sofrimentos mentais; no entanto ele nos legou a encantadora Suíte Quebra-Nozes, o ballet A Bela Adormecida, as valsas da Quinta Sinfonia, e outras obras que não refletem a natureza predominante de sua alma.
Felizmente, para a posterioridade, esse homem morbidamente tímido e infeliz foi, durante 13 anos, protegido por um dos relacionamentos mais estranhos nos anais do romance platônico. A dama foi Nadezhda Filaretovna von Meck, uma viúva de 45 anos, com onze filhos, dez anos mais velha que Tchaikovsky e extremamente rica. Ela se apaixonou por sua música e, pedindo-lhe uma foto sua, escreveu-lhe; "Quero buscar em seu rosto os sentimentos e a inspiração que o fizeram escrever a música que nos conduz a um mundo de esperança e de desejo insaciável".
Durante 12 anos ela lhe remeteu uma pensão de 16.000 rublos anuais, que lhe garantiram a liberdade para compor como lhe agradasse. Devemos a maior parte do que sabemos da vida interior de Tchaikovsky às cartas que os dois trocaram. Mas, inacreditavelmente, os dois nunca se conheceram; nunca se falaram, exceto por cartas. Aproximadamente uma vez por ano, eles se avistavam de longe, em salas de concertos, mas nem um dos dois fazia sequer um sinal para o outro. Quando ela viajava, ele ia à sua casa em Moscou, entrava em seu quarto, tocava em seus pianos, e depois lhe escrevia relatando as visitas. Era assim que eles desejavam que fosse.
Madame von Meck trouxe um fim abrupto a essa estranha amizade, cortando a pensão de Tchaikovsky, sob a alegação de que a ruína a ameaçava. Embora já não necessitasse do dinheiro como antes, o orgulho de Tchaikovsky foi abalado profundamente, deixando-o marcado para sempre.

                                                                                                     Autor desconhecido.


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BACH
Johann Sebastian Bach
Nasceu em Eisenach, Alemanha, em 21 de março de 1685.
Morreu em Leipzig, Alemanha, em 28 de julho de 1750.

Embora outros homens tivessem feito música séculos antes de Bach, "a música tem com ele uma grande dívida", disse o compositor Robert Schumann, "tanto quanto uma religião tem para com o seu fundador". Mas o imortal Sebastian, fora formado por seis gerações de Bachs cantores, instrumentistas e compositores, de quem ele herdou a música como uma fé, um consolo, uma habilidade manual e um dom natural. Em toda a história das artes não há nada como o vasto e unido clã dos Bachs, o qual por quase 200 anos, transformou um calmo recanto ao norte da Alemanha protestante, no berço da música.
Órfão aos 10 anos de idade, Sebastian Bach foi viver com seu irmão mais velho, Johann Christoph, que o ensinou a tocar um dos ancestrais do nosso piano moderno. Christoph reuniu uma coleção de música para órgão, que por algum sentimento de ciúmes por ser mais velho, o fez guardá-la longe de seu irmão, trancada num armário com porta gradeada. Mas noite após noite, os pequenos dedos de Sebastian as pegavam e tiravam do armário. Ao fim de 6 meses ele as tinha copiado secretamente à luz da lua. O esforço foi tão grande para seus olhos, que esta deve ter sido uma das causas de sua cegueira, anos depois.
Na maior parte de sua vida, Bach foi diretor de música em escolas da cidade, nas administrações dos pequenos principados alemães ou em igrejas. Sua audácia como organista trazia-lhe ocasionalmente uma repreensão oficial. "Queixas foram feitas", dizia uma delas, quando do seu período de organista da igreja, "que o senhor acompanha os hinos com variações surpreendentes e ornamentos irrelevantes, que eles apagam a melodia e confundem a congregação".
A primeira esposa de Bach, Barbara, era uma de suas primas. Ele assegura que ela possuía uma bela e clara voz de soprano. Dela e de sua segunda esposa, Anna Magdalen (também uma boa cantora), Bach teve 20 filhos, dos quais apenas 7 viveram mais do que ele. Quatro de seus filhos tiveram carreiras notáveis na música. Com tanto talento no mesmo teto, a casa de Bach era frequentemente o palco de longos e memoráveis concertos de família.
Bach podia não só tocar vários instrumentos como também afiná-los, fabricá-los e inventá-los. Ele ajudou a revolucionar o dedilhado do teclado colocando os polegares para trabalhar pela primeira vez. De vez em quando ele era chamado oficialmente para testar um novo órgão. Sempre que fazia isso, havia uma platéia que respeitosamente o observava, enquanto a sua figura vestida de preto e de peruca, com a mandíbula firme e o nariz levemente torcido, subia lentamente no estrado. Se, depois de testar o órgão, ele o aprovasse, Bach então brindaria os ouvintes com uma hora de magistrais improvisações. Habitualmente, enquanto ele se sentava no órgão, compunha uma fuga, uma intrincada e severamente disciplinada forma composta de várias vozes, tecendo, primeiro uma a uma e depois todas juntas, seus filamentos de trovão dourado ou sinos prateados, num tapete de sons ricamente ordenado. A habilidade de Bach de entrelaçar adoráveis partes contrastantes para fazer um todo glorioso, provavelmente nunca foi igualada.
Depois da morte de Bach, o gosto musical mudou. A maior parte de suas peças- mesmo a imortal Paixão Segundo São Mateus e a Missa em Si Menor- ficaram esquecidas por quase um século, quando Mendelssohn e outros compositores começaram a redescobrí-las.

                                                                                            Autor desconhecido.


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BRAHMS
Johannes Brahms
Nasceu em Hamburgo, Alemanha, e 07 de maio de 1833.
Morreu em Viena, Áustria, em 03 de abril de 1897.

Hans Von Bülow (pianista, compositor e amigo de Wagner até que este lhe roubasse a mulher) foi quem chamou Bach, Beethoven e Brahms, os três grandes "Bês" da música. Mas o próprio Brahms nunca se considerou igual aos outros dois. Um profundo admirador da música deles, e um severo crítico da sua, ele destruía tudo que não fosse de encontro aos seus elevados conceitos.
Poucos dos grandes compositores, tiveram um início mais difícil do que Brahms. A sua família era tão pobre, que o pai de Brahms- um contrabaixista- teve que permitir que seu talentoso filho tocasse em espeluncas de marinheiros no porto de Hamburgo, quando o rapaz mal tinha atingido a adolescência. A fim de se distanciar do barulho, da fumaça e da multidão de desordeiros, o jovem Brahms colocava no piano um livro de poesias em vez de uma partitura, pois ele podia tocar tudo de cor.
Aos 20 anos, Brahms e um violinista cigano chamado Reményi, saíram juntos a caminhar, dando concertos em pequenas cidades, uma atrás da outra. Reményi conhecia o famoso violinista Joachim, que por sua vez reconhecia um gênio assim que o ouvisse tocar. Joachim deu a Brams uma carta de apresentação para Franz Liszt- então no auge de sua fama e poder em Weimar- e outra carta para Robert Schumann.
Schumann e sua mulher Clara- uma das mais famosas pianistas de sua época- adoraram Brahms e sua música. O jovem que veio timidamente para tocar uma meia hora, acabou ficando com os Schumanns por 5 semanas. Daí para frente, com apenas poucos revezes, mas com muita briga acalorada entre os partidários da música revolucionária de Wagner e daqueles da música mais clássica de Brahmms, este foi severamente, paulatinamente, da realização profissional ao sucesso, do sucesso ao triunfo.
Quando Schumann teve que ser posto em um asilo de loucos, Brahms deu grande ajuda à Clara; e acabou por se apaixonar por ela. No entanto, dois anos depois, quando Schumann morreu, Brahms nada lhe falou sobre casamento. E assim foi com outras mulheres. Durante toda a vida ele esquivou-se deste que é o mais agradável cativeiro. Brahms disse certa vez que havia duas coisas que jamais ousara tentar: ópera e casamento. Brahms viveu a última metade de sua vida em Viena, como um solteirão; generoso na intimidade, rabugento e mesmo rude publicamente, vivendo num quarto o mais simplesmente mobiliado, e acordando às 5 da manhã todos os dias para fazer seu café. Com suas roupas folgadas e amarrotadas, suas formas volumosas, sua voz aguda e sua barba branca em forma de pá, a sua figura era familiar e cara, ainda que um pouco absurda. Aqueles que o conheciam, amavam o lado da sua personalidade que permaneceu jovem. Ele apreciava soldadinhos de chumbo- a evolução disciplinada das suas manobras era como a música que ele compunha. Uma vez ele recompensou uma jovem senhora por ter tocado seu concerto para violino particularmente bem, levando-a para o agradável parque de Viena, o Prater, e andando nos carrosséis em sua companhia. Este homem despenteado e altamente excêntrico, que guardava  o seu dinheiro amarrado em trouxinhas e que tinha algumas de suas melhores idéias enquanto escovava os seus sapatos, foi um dos supremos arquitetos de complexa e ordenada estrutura musical. Sem dúvida, ele adorava colecionar canções folclóricas e música cigana, e ele compôs canções que rivalizavam as de Schubert em sua rara e jovial pureza. Mas o seu lugar como um dos três "Bês" imortais é devido principalmente ao seu poder de dotar aquela catedral de forma musical, a sinfonia, com novas idéias musicais que assumiram suas nobres formas de modo completamente original.

                                                                                    Autor desconhecido.


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MOZART
Wolfgang Amadeus Mozart
Nasceu em Salzburg, Áustria, em 27 de janeiro de 1756.
Morreu em Viena, Áustria, em 05 de dezembro de 1791.

Graças à diligência que substituiu o cavalo de sela que era o meio de transporte mais comum, foi possível a Leopold Mozart levar seus dois filhos pianistas- Maria Anna, de 10 anos e Wolfgang de 6 anos- por uma tournée de 3 anos e meio pela Europa. Poucas das cortes que eles visitavam jamais tinham visto tal prodígio. Embora Leopold fosse um pai cônscio assim como bom músico, as crianças eram às vezes exibidas como animais de circo.
Maria Anna era extraordinária, mas Wolfgang foi um gênio como o mundo talvez nunca mais venha a conhecer outro. Aos 4 anos, ele podia decorar peças simples e tocá-las perfeitamente. Aos 5 ele já cumpunha suas próprias peças; aos 7 ele já estava escrevendo sonatas para violino, tecnicamente seguras. A sua primeira ópera séria, Mitridade, Rei de Ponto, escrita quando ele tinha 14 anos, foi executada 20 vezes em Milão como grande sucesso. Mais três de suas óperas foram escritas e produzidas quando ele ainda era adolescente.
Se o raiar da sua vida foi brilhante, o seu "meio-dia" foi marcado por sofrimento, decepções, trabalho árduo, incessante e até mesmo, necessidade. Os breves anos foram uma secessão de empregos mal pagos, composições rotineiras e ensino. Mesmo assim, era tanta a sua facilidade e seu dom, que ele deixou ao mundo uma incomparável fortuna de composições para voz, piano, cordas, orquestra e para o palco operístico.
Seu casamento com Constanze Weber lhe trouxe felicidade, mas problemas financeiros infindáveis. Ela administrava os ganhos do casal ainda pior do que ele. Um amigo, uma vez, os achou dançando para se aquecerem, pois não podiam pagar o combustível para o aquecedor.
Observando Mozart podia-se dizer que sua mente poucas vezes estava vazia de música, porque com freqüencia ele marcava  de leve na mobília ou na corrente do seu relógio, o compasso de uma melodia que só ele podia ouvir. Ele adorava jogar bilhar, e por muito tempo teve uma mesa de bilhar em casa, na qual jogava com Constanze ou até sozinho. O preciso, sólido e calmo rolar e ricochetear das bolas dava à música na sua cabeça, movimento, e até sugeria novas idéias. Enquanto jogava, ele cantarolava, parando o jogo de vem em quando para anotar rapidamente uma idéia num livro que mantinha aberto sobre a mesa de bilhar.
Mozart adorava vestir bordados e jóias; adorava jogar, dançar, fazer rimas de pé quebrado, e ir a bailes à fantasia. Na sua música pode-se ouvir a alegria desses corações despreocupados e também a alegria das máscaras usadas para esconder a preocupação e a tristeza.
Quando seu pai estava à morte, Mozart escreveu à ele: "Como a morte, para ser exato, é a verdadeira meta e fim de nossas vidas, eu tenho me acostumado tanto com essa verdadeira e melhor amiga da humanidade, que sua imagem não mais me amedronta, e sim me acalma e me conforta".
Quatro anos mais tarde, o próprio Mozart estava morto aos 35 anos de idade, seu corpo gasto por doenças, preocupações e lutas perpétuas. A sua fantástica e misteriosa ópera, A Flauta Mágica, tinha tido um enorme sucesso poucos meses antes. Enquanto morria lentamente no seu leito, acompanhava suas apresentações à distância, cena por cena, com os olhos e ouvidos da sua mente e com seu relógio na mão.
Constanze ficou tão arrasada que não pôde ir ao seu enterro. Uns poucos amigos que foram, tiveram que voltar do meio do caminho por causa da tempestade repentina, e o único ser querido dele que assistiu ao seu enterro numa cova comum, foi seu fiel cão vira-lata.

                                                                                                Autor desconhecido.


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STRAUSS
Johann Strauss Filho
Nasceu em Viena, Áustria, no dia 25 de outubro de 1825.
Morreu em Viena no dia 03 de junho de 1899.

Nos dias de hoje, é difícil de acreditar que a valsa fosse algum dia descrita seriamente como "o demônio alemão" e considerada um perigo para a saúde moral do povo.
Mas os vianenses de cem anos atrás, amantes do prazer, não tinham preocupações desse gênero. Durante quase um século seus corações bateram ao ritmo de três por quatro (3/4), e ao som dos violinos e batutas da dinastia Strauss: primeiro o grande Johann, depois o ainda maior Johann Filho, seguido pelos irmãos mais jovens, Josef e Eduard.
Talvez por inveja ou ciúmes, Johann, o Grande, desejava que seus filhos viessem a ser respeitáveis homens de negócios em vez de violinistas como ele próprio. Johann Filho, por essa razão, foi forçado a estudar violino às escondidas, enquanto exercia a profissão de bancário. Com 20 anos ainda incompletos ele, repentinamente, revelou seus talentos e desafiou a supremacia de seu pai, regendo uma banda de música que, secretamente, havia organizado para uma soirée dançante no restaurante Dommayer. A noitada foi um sucesso estrondoso. O público aplaudia freneticamente enquanto ele magnanimamente tocava as mais lindas valsas de seu pai. Seu próprio Opus I, foi bisado 19 vezes. O rei, se não foi deposto, teve que, pelo menos, dividir o trono. Johann I morreu em 1849. Durante mais meio século, graças a seu filho, o nome Strauss foi sinônimo de valsa.
De maio a setembro, todos os anos, Johann Filho levava sua banda para uma estação de férias nos arredores de São Petersburgo. Durante o breve e inebriante verão do norte europeu, os russos o mantinham à frente de seus músicos até que um sino anunciasse a partida do último trem para a capital. Na noite em que ele executou pela primeira vez a polca Na Floresta de Pavlovsk, o trem partiu vazio. A música continuou até às 2 da madrugada, e durante o resto da "Noite branca", os milhares de espectadores passearam no parque, enquanto, dentre as árvores, rouxinóis continuavam o concerto.
Strauss detestava viajar. Mas em 1872, superou essa aversão e embarcou para Boston para reger durante um festival de paz mundial, recebendo um cachê de 100.000 dólares. Entretanto, em vez de ser o regente de uma orquestra, ele se viu empresariando, o que veio a tornar-se um cataclisma. Em algumas das apresentações havia 20.000 pessoas no coro, e os instrumentistas, somavam mais de mil. Strauss sentiu-se aliviado em ter 20 regentes assistentes, alternando sua batuta nos espetáculos dos bairros vizinhos. O sinal dado ao início da execussão de sua já famosa valsa Danúbio Azul, era dado com um tiro de canhão. Ele dirigiu 14 desses concertos giganges em Boston e quatro em Nova York, todos com sucesso estrondoso. Para não desapontar as fãs americanas que exigiam um cacho de seu cabelo, Strauss teve que cortar várias mechas do pelo de seu cão, pelo este, que era da mesma cor de seu próprio cabelo: preto.
Graças à fortuna de sua primeira esposa, Strauss pode deixar a responsabilidade de reger valsas para seus irmãos e dedicar-se a escrevê-las. Ele cumpunha sempre; chegava a anotar idéias musicais em seu pijama, durante a noite, no escuro, e passá-las para o papel pela manhã. Strauss contribuiu para libertar a valsa de seu ritmo repetitivo; fez os seus bailarinos pairarem acima da pista de dança, dando a possibilidade de um novo diálogo romântico e plástico entre os pares.

                                                                                            Autor desconhecido.


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CHOPIN
Frédéric François Chopin
Nasceu em Zelazowa Wola, Polônia, em 22 de fevereiro de 1810.
Morreu em Paris, França, em 17 de outubro de 1849.

Os outros povos têm sempre visto algo romântico nos poloneses oprimidos e sofredores. Isto talvez ajude a explicar porque para um jovem pianista com um perfil melancólico e mãos aristocratas que veio do leste em 1831, foi muito mais fácil de conquistar Paris do que para muitos talentosos músicos franceses.
O pai de Frédéric Chopin, Nicolasm, que nasceu na França, emigrou para a Polônia, para defender Varsóvia dos russos e casou-se com uma polonesa. Aos 20 anos, já um compositor e pianista maduro, o seu filho deixou o lar, levando consigo uma taça cheia da terra do solo polonês, para nunca mais voltar. Alguns meses depois chegou a Paris, onde logo se tornou notícia. Ele mostrou no teclado um toque impecável, delicado e ao mesmo tempo ardente; porém, com um som de pequeno volume para uma grande sala de concertos. Após o fracasso de um importante recital, Chopin foi salvo pela distinção de sua aparência e de suas maneiras, e pela aura polonesa. Em breve dava aulas à jovens senhoritas da nobreza, cinco ou seis vezes por dia, cobrando 20 francos cada. Ele tocava de maneira brilhante e inesquecível em pequenas reuniões que eram igualmente brilhantes. Ele tinha a sua própria carruagem e um empregado; e usava luvas brancas.
Chopin foi chamado de "o poeta do piano". Praticamente não compôs nada para outros instrumentos ou para voz. O piano era uma extensão dele mesmo, tão íntima e obediente quanto as cordas vocais são uma parte de uma prima-dona. Esta parceria quase corporal tornou possível a Chopin fazer coisas com o piano que nunca foram tentadas ou imaginadas antes.
Os tipos de ritmo que ele escolhia para suas músicas, eram freqüentemente tão tradicionais como a mazurka ou a valsa. O novo vinho selvagem que ele derramava nessas velhas garrafas, faziam-nas tomar formas adoráveis e desconhecidas. Por séculos a Polanaise tinha sido um imponente acompanhamento para pompas, lentas danças processionais, quase uma marcha. Nas mãos de Chopin ela se tornou o soluçar de um povo acorrentado.
A vida movimentada de Paris ajudou a enfraquecer a saúde precária de Chopin, Seu noivado com uma moça polonesa, Maria Wodzi´nka, foi rompido, ou melhor, arrefeceu, porque os pais dela viram o quanto ele era descuidado com a sua saúde. Quado estava completamente desesperado, conheceu a novelista francesa George Sand. A princípio, ao que parece, ela não exerceu nenhuma atração sobre ele. Ela era morena, fria e um pouco masculinizada. Ainda assim, tornaram-se amantes. Em fins de 1838, George Sand levou seus dois filhos e Chopin para a ilha de Majorca, onde, ela mantinha as esperanças de que o sol o recuperasse.
Essa fuga, acabou sendo a mais funesta na história da literatura e da música. A comida era péssima; eles moravam num mosteiro abandonado cujas celas eram aquecidas por um braseiro mal-cheiroso,  o piano de Chopin levou dois meses para chegar de Paris e chovia o tempo todo. O tamborilar incessante daquela chuva impiedosa que caía no telhado, na sua mente, nas profundezas da sua alma, foi gravado- assim disse George Sand- no seu famoso  prelúdio Gota de Chuva. Quando finalmente deixaram Majorca, a tuberculose de Chopin estava ainda pior do que quando lá chegaram.
George Sand tomou conta de Chopin por mais sete anos, sustentou-o e tornou possível que ele compusesse em paz na sua casa de campo, todos os verões. Com o passar do tempo essas duas pessoas de gênio forte, egoístas e talentosas, brigaram e se separaram. Nos dois anos de vida que lhe restaram, Chopin não compôs quase nada.
Pouco antes de morrer, implorou à sua amiga, a condessa Potocka, que cantasse para ele. Um piano foi trazido à porta do seu quarto. Ela cantou; então os dois dos seus prelúdios foram tocados. Isto aparentemente lhe deu forças para viver por mais dois dias. A terra da taça de prata que ele trouxera da Polônia 18 anos antes, foi espalhada sobre a sua sepultura.

                                                                                         Autor desconhecido.


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RACHMANINOFF
Sergei Rachmaninoff
Nasceu em Onego, Rússia, em 1º de abril de 1873.
Morreu em Beverly Hills, Califórnia, em 28 de março de 1943.

A expressão meditava, às vezes selvagem, frequentemente emocional que quase sempre é identificada com a alma russa, flui através da música de Sergei Rachmaninoff numa poderosa corrente. Mais de trinta anos mais jovem que Tchaikovsky, Rachmaninoff, todavia, reverenciava o grande mestre russo da melodia, sem mostrar ele próprio nenhum interesse em desbravar novos caminhos.
Embora sem estar sujeito ao tipo de distúrbio emocional que perturbava Tchaikovsky, Rachmaninoff ficou tão abatido pelo fracasso de dois dos seus primeiros trabalhos- seu Primeiro Concerto para Piano e sua Primeira Sinfonia- que caiu numa crise de depressão que durou um ano. Seus amigos finalmente o levaram a um médico que o tratou através de auto-sugestão. Deitado no consultório do médico, Rachmaninoff escutava dia após dia o médico repetir: "Você vai começar a compor um concerto. Você vai trabalhar com grande facilidade. A composição vai ser de excelente qualidade". Depois disso Rachmaninoff se viu compondo o que viria a ser o seu Segundo Concerto para Piano.
Rachmaninoff nasceu em 1873 numa família de Onego, na Rússia. Mostrou um dom precoce para a música, mas só depois de se transferir do conservatório de São Petersburgo para o de Moscou é que se aplicou e se tornou um estudante premiado.
Aos 19 anos compôs uma ópera chamada Aleko, que foi apresentada com grande sucesso na Ópera de Moscou. Começou então a compor as peças para piano que tanto contribuíram para sua fama, até que ao completar 24 anos, tinha se estabelecido como compositor, regente e pianista concertista. Depois de completar o Segundo Concerto para Piano em 1901, Rachmaninoff escreveu uma série de importantes trabalhos, regeu concertos e tocou piano pela Europa. Em 1909, foi para os Estados Unidos.
Depois da revolução russa, Rachmaninoff se estabeleceu na Suíça, mantendo depois residência lá e nos Estados Unidos. Morreu enquanto fazia uma tournée de recitais pelos Estados Unidos em 1943.





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